Terça-feira, 28 de Agosto de 2007
Os balanços falam por si. Eis as perdas registadas ao longo das últimas semanas/mês:
Semana 1: 142,5 kg > 139,0 kg
Semana 2: 139,0 kg > 136,6 kg
Semana 3: 136,6 kg > 134,9 kg
Semana 4: 134,9 kg > 134,0 kg
Semana 5: 134,0 kg > (por apurar)
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Paradigmas
Paradigma parece ser a expressão correcta para definir os aspectos menos quantificáveis duma dieta. Não sei como é que os nutricionistas se referem a estas coisas, se é que existem expressões para isto.
A que é que me refiro quando falo em paradigmas? Falo das formas novas com que vamos olhando para o nosso corpo à medida que uma dieta (bem sucedida) vai ocorrendo.
Exemplo: quando comecei a dieta estava inchado e obeso. Passados apenas três quilos, estava mais desinchado e os polos 4XL já me assentavam melhor. Ou seja, perdi apenas 3 quilos, mas já sentia diferenças e olhava para o corpo de outra forma. Aí poderei dizer que se deu a primeira mudança de paradigma. No paradigma anterior eu olhava para mim como um obeso. No segundo paradigma, já olhava para mim como não tão obeso.
O terceiro paradigma deu-se há cerca de duas semanas, quando reparei que os polos 3XL já me ficavam tão bem e tão folgados como os polos 4XL estavam quando entrei no segundo paradigma. Nessa altura, já não olhava para mim como não tão obeso, mas sim como alguém a ficar em forma.
Um paradigma, portanto, é o que ocorre naquele dia em que nos levantamos e nos apercebemos que há qualquer coisa diferente em nós. Talvez a barriga um pouco mais lisinha, ou o pneu ligeiramente levantado. E não tem muito a ver com a perda de peso, aparentemente. Tem mais a ver com uma espécie de "perda de peso psicológico".
Outro exemplo. Hoje entrei no meu quarto paradigma. Assim que acordei, lancei as mãos à barriga (quando ainda estava deitado). Como faço isso todas as manhãs (quando não me ocorre lançar a mão um pouco mais abaixo, mas isso é outra história...), tocar na barriga é um instrumento de medida para avaliar o volume corporal. Não tão preciso como uma balança, mas mais intuitivo.
Dirigi-me então à casa-de-banho, fiz a rotina higiénica do costume, e pesei-me. Pesava apenas menos 300 gramas do que ontem. Mas foi a diferença necessária para mudar de paradigma e sentir o meu corpo diferente. Parece que a barriga ficou mais pequena dum dia para o outro. Quase que aperto mais um furo no cinto à vontadinha.
No passado, uma situação destas seria uma carta branca para avacalhar o resto do dia, comendo o que me apetecesse, debaixo da filosofia de "que se lixe! Já que perdi este peso todo...".
Felizmente que o ser humano tem a capacidade de aprender. E se o ser humano consegue isso, também eu consigo! (não é que eu não seja humano. Mas às vezes acho que o mundo se esqueceu de mim nas estatísticas...)
Por isso, vou controlar-me mais hoje, e deixar o almoço do Osaka para amanhã. O que até vem a calhar, porque o Markl não pode hoje, e está um tempo da treta. Um almoço de convívio tem mais piada com tempo solarengo.
Os pontos a reter aqui são os seguintes:
1. Uma mudança de paradigma não significa necessariamente uma perda de peso substancial dum dia para o outro. O que significa que não é preciso perder muito para mudar. Pode acontecer já amanhã.
2. Uma mudança de paradigma deve ser usada para obter mais motivação ainda. Porquê? Porque se trata dum estímulo (ou resultado ou consequência) positivo. Logo, usá-lo como desculpa para cometer um estímulo negativo parece um contra-senso. Baralha-nos a cabeça. Se fizemos uma coisa bem, não estraguemos o resultado. Dêmos outro prazer a nós mesmos. Hoje à tarde vou sair uma hora mais cedo e vou até ao rio, em Belém, dar uma voltinha a pé, e a seguir vou ao cinema novamente. Porquê? Porque me portei bem e mereço fazer qualquer coisa que gosto. Mas não vou comer mais. A minha cabeça já foi suficientemente fodida ao longo dos anos para eu precisar de a lixar mais ainda.